C o r a g e m
Como todos que nos acompanham já perceberam. Instável é meu nome. E meu pré-nome é Muito.
Terça-feira e quarta-feira não abri nenhuma página na internet que não fosse ligada ao meu trabalho. Além disso, rezava para não ver nenhuma mensagem na caixa de e-mail. Eu sei. Erradíssimo me isolar, mas aconteceu. Ainda bem que por apenas dois dias.
Opa! Na quarta-feira a noite tomei coragem e vi os comentários no blog, com o carinho verdadeiro de sempre. Foi gostoso. Depois, uma animação tímida surgiu depois que li as dicas do Lucena para este dia.
Quinta-feira eu fiquei feliz com a mensagem do Thiago, preocupado com o meu sumiço. Respondi com prazer. E depois do trabalho eu caminhei 2,6km, morro abaixo, (Paulista-Ibirapuera), para pegar o kit já no primeiro dia.
Cheguei lá às 19:30 horas. Um vazio ecuoso. Na entrada me indagaram se eu era “Atleta exclusivo da Caixa”. Respondi que sim, que eu era atleta da Caixa: D´água. Mas que não era exsclusivo, porque o Ronaldo (q. ñ conseguiu sequer dominar uma bola, no jogo) e o Adriano também eram da “Caixa D´água”.
Fiquei tão empolgado para que chegasse logo a corrida que por dois segundos até esqueci que tinha sido vítima de minha compulsão alimentar durante três dias seguidos.
Sim, estava vazio, mas isso não impediu que houvesse uma fila com meia dúzia de atletas na fila para retirada das camisetas tamanho “M”. Já no local das “GG” ninguém. Senti-me o Vip dos Vips. Eu não pude deixar de brincar diante de tal situação com a atendente.
Um parêntese. GG onde? Ficou baby look em mim. Sacanagem! Adorei a camiseta de corredor doador de sangue. Adorei mesmo. Eu até perguntei se não me vendiam mais alguma. Não vendem.
Claudião, por que o título do post se chama coragem?
Ah, sim, claro. Seguinte: Ontem a noite tentei colocar a mesma roupa com que fiz o meu TLT no dia 03 de abril. Que mancada. Aquilo me deprimiu tanto que quase tive outra compulsão. Hoje, então, quer dizer, a meia hora atrás. Respirei fundo, coloquei o primeiro pé, recuei um passo, avancei novamente, novamente recuei e, finalmente me disse. Coragem! Subi na balança de olhos fechados. Abri-os num trás. Que surpresa boa. Não eram os vinte quilos que pareciam. E, embora impossível repetir o modelito do longão, estou com 102 quilos.
A coragem me rendeu fôlego. Sinto que posso brilhar na batalha!! Serei feliz. Nem vou ficar agora pensando que o único treino que comecei as 09:00 horas até hoje foi aquele com a égua, no qual botei a língua pra fora no 4º km. São detalhes irrelevantes para quem se sentiu o máximo terminando a corrida sansung/classic/zumbi de palmares com quase 01h40min.
Um único detalhe da prova que usarei a meu favor. Pelo manual do atleta, o primeiro posto de isotônico será no km 23, ou seja, no meio da avenida da raia olímpica, onde é psicologicamente desgastante para mim (coisas do Claudião). Deste modo, eu terei motivação para correr a primeira metadade dela. E, já gatoradenergizado correr até a linha de chegada.
É, e se não houver isotônico? Estratégia perigosa.
Paciência. Agora é tarde, o pensamento já ficou na cabeça. Será impossível não pensar nisso quando eu entrar na raia olímpica.
Eu não tenho muita experiência em provas oficiais. A primeira vez que corri 21,1 Km foi na Maratona de Revezamento Pão de Açúcar de 2003. Lembro que corri a segunda perna da minha parte com uma dor agudíssima na canela (eu usava um tênis já aposentado pelo Alekão, já gasto justo eu precisava de reforço). Aquilo doía muito, parecia que o canela iria estourar, mas eu não parei, o que me movia para frente era a lembrança do Gilberto que já tinha feito, com galhardia, a primeira metade da maratona, e que estava feliz por ter corrido pela primeira vez 21,10km, a cada passo a dor aumentava, mas na minha cabeça eu devia aquele esforço ao Gilberto. Só me lembro que corri os últimos 300 metros num sprint incrível (eu estava com 80 quilos) e nem lembrava se tinha canela ou não. Quando terminei aquela corrida, eu chorei. Um choro gostoso e a promessa de quem dia eu correria uma maratona inteira. Eu ainda enchugava as lágrimas quando o Giberto me abraçou um gatorade trincando de gelado.
Lembrar disso agora me comove; mais do que isso, move-me. Foi com aquela dor que eu comecei a sonhar com a Maratona. E não serão meros 5 quilos a mais na balança que vão tirar a minha alegria de dar este primeiro passo de 25km em direção à maratona.
Eu quero agradecer a todo mundo. Primeiro devo desculpas a Dani. Até agora não contei que no último sábado (24.04), aproveitei uma viagem de trabalho e passei o dia todo de sábado em Curitiba. Fui recebido lá, pelo meu único amigo de infância, com que não falava havia mais 15 anos.
Mas em novembro, se tudo der certo, eu vou querer um abraço da Dani e do Vinícius, porque a Maratona me espera. Alguém duvida disso?
Domingo eu espero abraçar os Fabios (Namiuti e Medeiros/Fabão). E cumprimentar quem mais for possível. Estarei atento para, se passar um musculoso voando por mim, gritar “Siga forte Guilherme Maio!” Ivo Cantor, se você ouvir alguém gritando qualquer incentivo por meio de mesóclise, serei eu, em homenagem a você, eu odiava (não uso) mesóclise, mas nos SEUS relatos elas me encantam.
Manequinho é um ex-sedentário, ex-obeso, que estreiará domingo. SUCESSO CARA!
Tanta gente bacana. O Paulinho Zoom, que agora passa zunindo em todas as Maratonas também é um dos que espero cumprimentar. Citar nomes é lástima, porque ficam muitos de fora. Sem contar os que acompanham por aqui mas não comentam. A todos meu muito agradecimento por tanta paciência em ler tudo isto.
Aeee Claudião estava demorando 😀
Ótimo esse post.
Caramba já retirou o kit devo retirar o meu hoje, estou muito ansioso e todo bobo, acho que vou dormir com o kit de baixo do travesseiro.
Abraço
Claudião, meu amigo, quer dizer que esteve por aqui hein?! Mas em novembro não tem desculpas, te espero pra Maratona.
Te desejo muita boa sorte na corrida de domingo, estaremos torcendo por todos aqui em Ctba.
PS: Tb ando com a boca nervosa, hj resolvi me pesar e engordei 2 kilos…aiaiaia.
Bjos,
Dani
Tá chegando, Claudião! Domingo é o dia de esquecer os perrengues, as recaídas, os altos e baixos… E simplesmente correr! Que os objetivos de todos, o seu, o meu, o do Fabão, o do Guilherme, o do Ivo e os dos 19994 outros participantes, competitivos ou não, sejam plenamente atingidos. Mas que todos, fundamentalmente, tenham uma bela manhã (e começo de tarde!) de domingo, ao lado dos amigos, em um ambiente saudável e divertido, curtindo, em cada passada, o prazer e o privilégio que é PODER FAZER O QUE SE GOSTA.
Até lá, então! A farda GG eu vou ficar devendo por enquanto, a fornada infelizmente ainda não saiu. Mas o abraço está mais que garantido. Que honra será!
Claudião… quase chorei lendo este seu post.
Coragem! Show!
Mas taí uma boa estratégia para perder uns quilinhos até domingo: chore em bicas 😀 perca alguns litros de lágrimas e vá pro field de alma lavada.
Só não vai ficar desidratado KKKK
ua
Oi, Claúdio! Obrigada pela mensagem lá no meu blog! Estou vendo que não sou só eu que fico morrendo de rir (e chorar tb) nas postagens! Estou aqui, pela primeira vez, lendo o seu texto e, sinceramente, se a gente se encontrar lá nos 25 km, acho que vamos começar a tecer mais algumas histórias! Vamos lá, atleta da Caixa d’água! Rsrsrs. Até mais!
Vamos lá Claudião… Se eu te achar na multidão farei o filminho da chegada para colocar aqui.