Este é um post elaborado a quatro mãos (do Alex e do Claudio).

Faz 1 ano em que eu (Alex) aceitei participar da minha primeira corrida, na época a idéia partiu de mim e o Claudio pirou ao escutar a idéia. Naquela corrida corremos lado-a-lado e com certeza sem ele não teria completado a prova.

Desta vez a coisa foi diferente. Claudião se preparou para encarar a maratona de Curitiba e eu quis fazer um Deja-vu correndo novamente a Samsung 10K e desta vez sozinho.

Falando nisso, todas as corridas que eu participei, tive companhia e nessa em particular eu corri sozinho… Portanto, tive que contar muito com a força de vontade.

Escrevendo esta introdução fiquei imaginando como iria fazer um texto a quatro mãos, sendo que não estamos juntos. Então eu imaginei… Escrevo minha parte e depois o Claudio acrescenta a dele. E como fazer isso? A resposta é colocando os horários e depois intercalando…

(Claudio)

Deus! Escrever agora, emocionado, fica mais complicado.

A data realmente pedia uma comemoração especial. Afinal, um ano da primeira prova oficial depois de nossa resolução de parar de reclamar da má sorte/saúde e literalmente corrermos para o abraço de uma vida feliz!

Partamos então para a parte Parananense da comemoração, porque eu não comemorei sozinho em Curitiba, nosso idolo do Blog, o Thiago, esteve comigo na aventura. E que aventura:

21:45 (Claudio) – Sábado 20.11. -Thiago e eu estamos na Rodoviária do Tiete, aguardando o horário de partida do ônibus que nos conduziria até Curitiba.

02:30 (Alex) – Acordei, sem sono, maldita ansiedade, tentei dormir novamente sem condições. Mesmo assim fiquei deitado na cama até o relógio tocá-se.

04:30 (Claudio) – Domingo 21.11 –  Thiago e eu somos acordados pela luz do ônibus, que anunciava a chegada à rodoviária de Curitiba.  Uma troca de roupas no banheiro da rodoviária e um café pré-corrida com torrada (seca) e gatorade.

05:00 (Alex) – Saí da cama e procurando roupa, vesti dei tchau para Andrea e sai pensando… Por que fui aceitar essa idéia???

05:00 (Claudio) – Como ainda faltavam duas horas para a corrida, decidimos caminhar até a largada. Afinal, só encontraríamos o Paulo Motta com os nossos kits ás 06:15. Mas devido a informações erradas acabamos indo na direção contrária. Eram 05:50 quando decidimos tomar um ônibus ou táxi para a largada, mas ônibus não passavam e os táxis que passavam, não paravam. Bateu-me desespero, mas finalmente um táxi parou e em 07 minutos nos deixou na arena da corrida.

06:10 (Alex) – Cheguei na Assembléia legislativa, achei uma vaguinha do lado… Ufa, era minha maior preocupação. Já estava trocado. Só faltava esperar.

06:35 (Claudio) – O Paulo Motta chega com os nossos kits. No mesmo momento também aparece a Dani Dato e o seu anônimo esposo, Vinicius (que também correu sua primeira prova longa) e Enio.

07:00 (Claudio) – Dada a largada Thiago, Paulo e eu ainda ainda estávamos procurando o acesso para a pista. E uma supresa. O Enio disse que correria comigo, que em razão de um problema ainda não curado na lombar correria apenas 10kms (disse isso para me enganar) do meu lado.

Apesar da sensacional e emocionante companhia do Enio foi bastante estranho correr os primeiros 5km em último lugar. Thiago e Paulo seguiam um pouco a frente.

07:30 (Alex) – E como esperei… andei para um lado, andei para outro. Fiquei procurando os conhecidos e nada. Desisti e fui para a largada. O meu setor (preto) era exatamente do lado do Trio elétrico. No qual teve aquecimento, foi bem legal isso.

8:00 (Alex) – Largada!, começou o anda-anda e liguei para o Claudio… Ele já estava correndo desde as 7:00. Desejei boa sorte e ele a mim. Senti ali a presença dele e sabia que poderia encarar o desafio. Vamo embora! O início é pouco tumultuado comparado com o ano passado (bem pior). Encarar essa torcida do Cruzeiro não é fácil (né Fábio? 🙂 ). Falando nisso o Fábio comentou do tumulto do início… Saiba que no ano passado a coisa foi bem pior, porque os camisas brancas (caminhantes) estavam misturados a torcida do cruzeiro. Comecei bem com o rítimo de 7:30 por Km (primeiro e segundo quilômetros).

8:00 (Claudio) – O telefone toca e era o Alecão dizendo que estava começando a correr. Naquele momento já fiquei emocionado, era, enfim, o começo da nossa comemoração. Corrida vai, corrida segue, só encaixei o passo e a respiração por volta do km 11, quando já tinhamos passado por postos de hidratação bem bacanas.

8:30 (Alex) – Já estou no quarto quilômetro, passando do lado do Obelisco. A sombrinha das árvores acabaram (na República do Líbano). Fiquei com saudade da sombra… e já avistei a Rubem Berta… Lembrei que no ano passado, foi bem neste ponto que tive hiper-ventilação. No ano passado o circuito era diferente, o Obelisco já era no quinto quilômetro. Bateu a lembrança e também já imaginei… Tem mais subida pelo caminho (era 1 Km a mais na Rubem Berta). Decidi que o objetivo era terminar e diminuí o passo. Fiz o terceiro Km em 8:30 e o quarto a 9:00… Começaram as subidas da Rubem Berta… socorro. “Anda Alex”, “Anda Alex” era a voz que vinha de dentro. Comecei a caminhar rápido. E não era só eu. Tinha muita gente partindo para a mesma idéia. Corria na descida e NOOOOSSA uma subida interminável e caminhei novamente. O quinto e o sexto quilômetro foram feitos a 10:00 cada.

9:00 (Alex) – Sétimo quilômetro, lembrei que no ano passado eu esbocei uma reação aqui. Encarei que iria recuperar o tempo das caminhadas… meta fixa na cabeça… “Quero terminar em 1 hora e meia”. E fui correndo quando dava. Nessa hora vi que não era um dos últimos e comecei a ficar feliz… Não sou tão lerdo assim.

O Sétimo ainda tinha subidas e fiz com 9:00 e o oitavo e nono a 8:30 e apenas pensava… Vou conseguir, vou conseguir…

9:30 (Alex) – Estou no décimo quilômetro e apareceram placas com “Faltam 800m”, “Faltam 600m”, “Faltam 400m” uma alegria geral foi tomando conta, sombra de árvores voltaram… Tirei o boné:

Nessa hora, avistei um senhor já de idade dando um sprint e virando a curva. Não me aguentei e disparei, quase atropelei 3 mulheres que corriam lado a lado e fui a busca do senhor. Uhuuuuuu. Animal… (veja o vídeo da chegada)

Liguei para o Claudio… Gritei: “Claudio fiz em uma hora e vinte seis…” E escutei a vibração dele do outro lado da linha… Ele vibrava, “você foi muito bem…” e emendou “Estou no Km 21. A corrida pra mim começa agora”. Fiquei muito emocionado nesse momento. Obrigadão Claudio, por estar comigo e vibrar comigo mesmo quando eu estou correndo sozinho. O tempo oficial marcou os mesmos 1:26:00 (arredondando).

Na sequência liguei para a Moça (Andrea) que vibrou muito junto com as crianças. Se no ano passado a frase que repeti no post foi “Consegui, Consegui, Consegui”…. A deste ano é “Perseverei, Perseverei, Perseverei” e Vamo, vamo, vamo… Claudião continua agora…

9:30 (Claudio) – O telefone toca novamente. Era o Alecão ainda ofegante dizendo que havia terminado a prova em 01h26min. Fui tomado por uma emoção tão grande que eu berrava muito alto na rua. Comecei a chorar e o Enio, sempre comigo,  lembrou-me de  que ainda tinhamos 21 kms pela frente. Foi inevitável não acelerar naquela hora. A primeira parte da prova foi muito linda (sem cansaço a paisagem fica mais agradável) Havia árvores cujas flores pareciam girassóis.

10:30 (Claudio) – O sol aparece com todo seu explendor. No km 28, aproximadamente uma caminhada rápida na subida, seguida de um trote contínuo até o km 31, a partir de onde as caminhadas ficaram recorrentes, mas firmes. Passamos pelo Thiago já voltando embalado e logo em seguida pelo Paulo Motta. Num dado momento eu estou caminhando sem ritmo e decido bater palmas para ditar o ritmo da caminhada, o que ajudou bastante porque a caminhada virava corrida muitas vezes.

A esta altura eu já sabia que atingiria meu objetivo de completar a maratona em bom estado físico e dentro do tempo regumentar. Já fazia alguma festa, mas sem dispensar nenhuma ajuda oferecida pela estrutura da prova.

Depois do km 36 o Enio tentava arrancar de mim um corredor forte, mas única coisa forte que encontrava era caminhada (menos mal). E, de quando em vez, um trote.

Caminhando e trotando eu cometi uma heresia em maratona. Parei na placa de 40km, quando todos ganham força e aceleram, mas acheia-a tão linda. Afinal, eu nunca havia sequer visto uma placa de 4okm, assim, tão  de perto.

Depois dessa placa eu queria chegar logo, mas as penas não respondiam ao comando da ansiedade, o que resultada em tiros de 25 metros seguidas de caminhadas de 200. O Enio me apontava o pórtico da chegada, mas ele estava muito longe e no alto de uma subida. O Paulo Motta já tinha voltado para me rebocar e seguimos os três, mas sprint mesmo somente nos ultimos 100 metros. Eu ainda consegui fazer uma graça. Parei diante do tapete e pulei em cada faixa (três) com os pés juntos.

Eu havia completado a prova. E no maravilhoso tempo de 05H21Min01Seg.

O Paulo Motta, que no mês de agosto me presenteou com a inscrição da corrida e todo incentivo de três meses, deu-me um caloroso abraço. Nessa hora eu me emocionei. Delícia que eu desejava experimentar há muito tempo. E eu gostei disso. Eu fiz uma loucura planejada e em, apartado, farei um post especial para agradecer a todos que me incentivaram e que me foram decisivos na fase destinada a preparar meu corpo para suportar a brincadeira.

O Enio foi sensacional. Sacrificou a corrida dele para estar comigo durante todo o tempo, incentivando-me sempre e vibrando comigo. Jamais esquecerei isto meu amigo. Devo-lhe um rim.

E o Thiago? Este terminnou voando e o perdemos. Depois que o encontramos que ele esclareceu que após um descanso foi nos esperar na chegada, quando já havíamos passado. Liguei para a Mari e, lógico, para o Alecão, o fecho de nossa especial comemoração.

Mas a maratona da viagem ainda não havia terminado. Conheci o veloz Baleias Tinil, que me recebeu de braços e coração abertos. Um verdadeira festa Baleias.

Quando encontramos o Thiago,  vimos novamente Tinil, desta vez acompanhado do divertidíssimo Julio Cordeiro. E já rolou ali mesmo uma comemoração com Gatorade Espumante, como chamou o Julio, em seu blog.

Não posso deixar de comentar que Thiago e eu tomamos banho no chuveiro fornecido pela organização da prova. Num container.  Um monte de magricelas pelados.  Senti-me uma panceta no meio do charque. Inusitado, para dizer o mínimo. Mas aquela altura TUDO ERA FESTA.

O Paulo até adiou a ida dele ao amigo que o hospedava, para ficar para o almoço/cervejada, que contou com a presença também do Ésio Cursino.

Thiago e eu saimos as pressas para a rodoviária. Eu estava muito feliz e ligeiramente bêbado, o que tornou tudo mais divertido. Assim que o ônibus partiu fui ao banheiro e nas ultimas 6 poltronas haviam maratonistas (legítimos). Fiquei ainda quase duas horas em pé no corredor do ônibus proseando. A sensação era de que o ônibus se deslocava para frente e girando ao mesmo tempo no próprio eixo.

A nossa comemoração de um ano foi sensacional. Justo durante o período em que me dediquei aos treinos longos e a dieta (tive de perder 8 quilos que estavam atrapalhando muito), o Alecão também se superou, E MUITO, vencendo barreiras quase intransponíveis para fazer bonito na equipe Taeq durante a Maratona de Revezamento Pão de Açucar. Emagreceu 12 quilos e fez uma lindeza de prova comemorativa. Diminuiu vinte minutos daquela prova e com um fantástico sprint.

O Alex é o meu herói e parceiro de toda uma existência. É também o Herói deste blog, porque segue feliz e aceitando suas limitações mesmo tendo no encalço o mala do Claudião. Mas sempre contando também com Thiago, nosso ídolo, incentivador e parceiro até nas roubadas mais incríveis, como este bate-e-volta para Curitiba. Valeu Thiagão!!!! Cadê o Guilherme Maio? Gui, eu também tenho meu “mestre Thiago”.


(Alex) E tudo começou assim: