Agindo como criança
Como relatei no post da São Silvestre, em 2010 eu me redescobri e uma redescoberta foi a de querer me tornar criança novamente. No sentido da felicidade pelas coisas simples. Nós adultos complicamos demais quando o assunto é encontrar a felicidade. Buscamos o álcool (para citar), compras, status, com o objetivo de alcançar a felicidade. E no final das contas é bem complicado. As crianças não, se divertem com uma caixa de papelão. Acho que a corrida me trouxe um pouco disso, a diversão por si só. Veja quantos relatos de corredores se divertindo fazendo treinos sem relógio. Eu particularmente, as vezes esqueço de iniciar, ou parar o cronômetro. É a alegria se materializando apenas por curtir o momento.
No último domingo a tarde, levei meu filho para brincar na quadra do lado de casa, levamos a bola de basquete. A cesta sempre foi alta para o Maurício e as tentativas anteriores sempre foram frustrantes, mas neste domingo, a força dele já era suficiente para a bola entrar na cesta. Catei o celular e vamos filmar:
A alegria dele de ter feito as cestas era o equivalente ao meu de ter terminado a São Silvestre. Continuamos a jogar basquete e alguns meninos apareceram na quadra, “tio posso jogar?”, e deixei, formamos 2 times, 3 crianças (maiores que o Mauô) contra eu e o Mauô. Depois de 10 minutos, aparece um vizinho meu que falou: “Você está louco de tentar acompanhar as crianças”. Desprezei o comentário e continuei, depois de uns 30 minutos, comecei a sentir dor no fígado. Hehehehe, pensei comigo, peguei pesado… Mas me diverti muito, correndo e tentando roubar a bola… “Mas tio, você é grande, você não pode fazer isso”, esta frase me fez pensar um pouquinho. Porque adulto não pode se comportar como criança? E continuei rindo e brincando. Foi muito divertido. Pena que no meu atual estado “kilogramétrico”, fica difícil continuar a brincadeira por muito tempo.
Segunda, fiz uma caminhada de quase 5 Km por 60 minutos, voltando do trabalho, com roupa social e mochila das costas.
Terça, na hora do almoço, aceitei o chamado da Moça e fui para “rodar” na quadra. As crianças foram junto, e alternei entre trotes e brincadeiras com a bola de basquete e corridas com as crianças. O meu sobrinho Pedro (11 anos) estava junto, perguntei se queria que o inscreve-se na próxima corrida infantil e ele topou. Olha eu influênciando… hehehehe. Estar com a família foi muito bom, nem percebi que estava rodando (que normalmente considero chato).
Quarta, como diz a Ivana, com tanta água caindo, ficamos de molho! Acabei indo pro shopping comer… hahahaha
Ontem, caminhei voltando do trabalho por 30 minutos e depois a Moça me chamou para caminhar, avisei, tem uma nuvem preta lá fora, acho que ela não me escutou e continuou a vestir a roupa de caminhada, me troquei também e fomos para a rua. Com 10 minutos de caminhada, umas gotas do céu começaram a cair, continuamos …”Não vai ser uma chuvinha que vai nos desanimar”… Mas derrepente. O mundo começou a cair sobre nossas cabeças. Era balde d’água sobre a cabeça, era impossível continuar e voltamos. Mas a esta altura estávamos longe de casa. Depois vir a saber que a chuva alagou vários pontos do ABC. A Andrea queria se abrigar, mas eu tinha receio de parar e o corpo esfriar, já estávamos completamente molhados. Os pingos duros (como diz a Moça) doiam a cabeça, enquanto que a água impedia a gente de enchergar a calçada. Foi punk…. E MUITO DIVERTIDO. Abria os braços e falava: “Manda mais água!”
Me senti como criança, quando minha mãe deixava brincar na chuva (que era raro, hehehe). A sensação foi muito boa. Quase chegando em casa completamente encharcado. Vimos uns moleques jogando futebol em um gramado “empiscinado”. Comentei com a Moça: “Olha lá como é divertido”. Foram apenas 30 minutos de caminhada dentro d’água, mas pareceu uma eternidade. Em casa, torci a roupa, coloquei no varal e corri para um banho quentinho e demorado. Amei tudo isso!
Cara .. somos tão sérios e estressados no dia-a-dia que não damos mais valor para esse tipo de coisa, tão simples e tão legal !
Me divertir será a tônica da minha vida agora. Não deixe de ser criança seu nó cego … kkkkkkk
Alecão,
Que lindo post, tudo bem escrito por um adulto que dá exemplo a nos todos quando se permite e propala esses momentos tão mágicos. Estou emocionado. Parabéns pela postura (ou falta dela, como diriam os chatos).
Eu te amo!!!
Belo Post, diz tudo sobre encontrar bons motivos para ser feliz, e abandonar a velha mania de achar que felicidade só vem acompanhada de grandes acontecimentos! Confesso que lendo o Post, ao final, fiquei aqui na minha cadeira torcendo para que você tivesse ido jogar futebol no gramado “empiscinado” com a criançada!! Quem sabe na próxima chuva!!! Abraços!
Felipe de Souto
Alecao
Precisamos aproveitar melhor a vida como as crianças…………. alias filosofei muito pegando o gancho de seu relato,
continue assim
abs.
Ana
Galera, tava inspirado quando escrevi este post. hehehe, faltou até criatividade para escrever novos.
Claudio, de fato esta despostura é que tem me ajudado muito, eu finalmente estou entendendo o mecanismo que me torna equilibrado…
Luciano, de fato, leve a sério o não levar a sério. Esta filosofia ajuda a entender que ninguém quer o mal, mas o faz porque não sabe o que está fazendo.
Felipe, a vontade era mesmo de ir jogar a pelada encharcada, mas o lado racional me impediu disso, afinal, não quero ficar doente.
Ana, aproveitar a vida é algo que sempre achamos que precisamos de dinheiro para isso, e vamos atrás dele e não vivemos a vida. Na verdade, podemos viver tranqüilamente com o que temos, o difícil foi eu entender isso.