Vivemos duas metades do tempo de uma vida que tem como divisor o HOJE, e que são exatamente o futuro e o passado.

         Não há como ter esse equilíbrio em termos quantitativos, pois o futuro será cada vez menor do que o passado em sua medida temporal. Devemos tentar equalizar essas parcelas de vida de outra forma, ou seja, em termos qualitativos.

         Vou tentar fazer isso: quero que a qualidade do tempo que tenho à frente seja melhor e maior daquela que consegui ter até agora e, penso eu que um bom caminho será a escolha dos verbos que passarei a conjugar mais, em substituição àqueles que tentarei conjugar menos.

         Então me ocorrem alguns de imediato:

 

DIVIDIR em vez de CONCENTRAR;

DOAR em vez de ACUMULAR;

INCENTIVAR em vez de CRITICAR;

FAZER  em vez de COBRAR;

PEDIR em vez de MANDAR;

ENSINAR em vez de CONDENAR;

PRESTIGIAR em vez de SE OMITIR;

COMPARECER em vez de ACOMODAR;

DIZER em vez de CALAR;

ESQUECER em vez de ODIAR;

RESPEITAR em vez de IGNORAR;

RIR em vez de PRAGUEJAR;

SORRIR em vez de DESDENHAR;

SONHAR em vez de ESTACIONAR; e

VIVER em vez de MORRER.

 

         E se conseguir fazer isso com respeito ao próximo, ao coletivo e, com amor, generosidade e desprendimento, certamente terei contribuído para a melhor qualidade de vida dos que me cercam, única forma possível de pretender que a minha própria vida tenha mais qualidade e sentido.

         Sei que é mais fácil falar do que por em prática, assim como também sei que não há nenhuma chance de se mudar o que quer que seja senão dando o primeiro passo. E este, asseguro, estou dando.

         Desejo uma linda semana e que a solidariedade, o respeito e o amor sobrepujem o ódio, os preconceitos e as desigualdades.