Posts tagged Testemunhos Claudio

Sexta é mais fácil!

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O psicológico é tudo. Hoje acordei às 04:35 horas. Sim. Senti vontade de chorar de novo, mas antes que voltasse a dormir tomei um banho caprichado. Se é certo que se eu fosse receber do meu amor carinho no meu corpo eu me banharia antes, porque não fazê-lo antes que eu mesmo o acarinhe. Devo e relamente estou encarando o exercício como um “acarinhar-me”. De carinho em carinho, como estes, voltarei a dormir feito o Henrique. Disso eu tenho certeza. É só eu não fraquejar.

Banho tomado e de roupinha de corrida, dentro da qual me sinto apertado como se fosse uma linguiça calabresa. Pudera. O “GG” de roupa com tecidos sintéticos (agora esta na moda falar tecidos tecnológicos) parece mais um TAMANHO P – mas de pigmeu. Aliás, da barriga só não aparece um gomão de toucinho porque eu uso o cinto de utilidades do Batman (no qual se carrega garrafinha, chave, celular etc.) para amarrar a linguiça calabresa no meio, segurando desse modo a camiseta no devido lugar.

Deixando os percalços gordalísticos de lado, estava eu na rua às 05:00 horas. Com muita neblina decidi ficar indo e voltando numa mesma rua, porque além de larga e nenhum movimento, era a mais iluminada. Como minha roupa não reflete eu fiquei com medo de ser atropelado. Afinal, como eu disse no post anterior de madrugada eu sou o dono da rua, e como tal, vou pelo meio dela, é lógico.

Uma delícia que não experimentava há bastante tempo. Gritar “BOM DIA SEU JOÃO!” Senhor amabilíssimo, de sorriso largo e sinsero, que todo dia abre às 05:30 em ponto sua empresa de metarlugia. E hoje, foi ainda mais especial. De lá de dentro ele respondeu gritando. “Que legal. Você voltou a correr. Bom dia e não desista novamente, hein?!”.

Isso foi sensacional. Quarenta e cinco minutos depois eu já estava dentro de casa novamente, satisfeitíssimo.

Primeiro treino na madrugada

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Domingo e segunda, não treinei, mas hoje eu acordei às 04:00 da manhã para me preparar para a discussão da pós. Juro. Quando o telefone despertou tive vontade de chorar. Também tive certeza de naquele momento eu não conseguiria estudar, pelo cansaço. Durante o banho me bateu a idéia de ir à farmácia correndo e na volta, estudar.

Foi o que fiz, 04:20 eu estava na frente do portão, fiz corrida estacionária por dois minutos e parti na minha na minha lerdeza extraterrestre. Fui tomado por uma sensação boa que não sentia há bastante tempo. Correr de madrugada é um misto de sentimentos bons e ruins. Sinto-me o dono da rua, dono do bairro, o silêncio parece reverenciar a minha presença única e ilustre. Ao mesmo tempo há o medo de assalto e violência.

Ao chegar à farmácia, que na verdade é bem perto, decidi prosseguir e deixar a compra para a volta. O que aconteceu trinta minutos depois. Cheguei em casa de volta às 05:12 horas. Estudei de verdade das 06:00 às 07:00 horas. Com certeza eu não teria estudado nada se não tivesse me jogado na rua.

Graminha boa

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Ontem a tarde eu voltei na pista de 500 metros na qual treinei no último dia 09. Treze dias depois e quanta diferença.

Não corri na pista propriamente dita, que é de asfalto. Corri contornando-a pela grama. Pelo lado de dentro, o que diminui um pouco a distância.

Foi bom demais. A grama dá uma segurança muito grande para quem, como eu, teme lesões por causa do excesso de peso.

Com o medo longe, mandei ver. Sem relógio fui dando volta em cima de volta. Depois de cinco voltas, desencanei de contá-las, estava me sentindo confortável e de certa forma até ritmado dentro da minha lerdeza. E por falar em lerdeza ontem pude ter uma noção mais exata do quanto é lenta. Já tinha dado uma volta quando apareceu um corredor que estava fazendo um trotezinho bem lento. Contudo, o trotezinho bem lento do tiozinho deu três voltas em cima de mim. Só não foi pior porque ele foi embora muito antes de mim. Mas não deixei me abater por isso. Fui que fui e dei umas 11 ou 12 voltas. Não marquei o tempo, o que não importa muito, nesse estágio de lentidão extrema.

É bom notar o progresso, no primeiro dia para fazer a mesma “velocidade” eu tive tive de soprar muito. Ontem eu podia conversar e até cantar normalmente se quisesse. Mais do que isso, o treino de ontem marcou a primeira semana efetiva de treino, que tem ter no mínimo três treinos. Agora sim posso marcar como treinada a primeira semana da planilha colada na porta do guarda-roupa.

Um gordo no trânsito

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O relógio despertou às 04:35, hoje. Desliguei-o e dormi até às 06:20, quando não dava mais tempo de fazer nada a não ser tomar banho e vestir a farda.

Não foi preguiça, não tive forças mesmo. dormi bem. Isso não é novidade, eu sei. Hoje essa é a minha principal motivação para sair do sedentarismo: Voltar a dormir bem, novamente.
Essa lamentação eu fiz porque eu quero treinar tres vezes por semana de madrugada, e não ter conseguido hoje, frustrou-me um pouco. Mas triste eu não estou.

Treinei agora a noite. Cheguei do trabalho botei a roupa de corrida e os tênis. Na mochila, duas blusas secas e uma toalha. Parti ao encontro do filhão que me aguardava na vó dele.

De casa lá, três quilometros e alguns metros, acredito. Demorei 38 min. O percurso todo é por avenidas movimentadas (Mutinga e Raimundo), com calçadas irregulares e esburacadas. Ao passar pelos pontos de ônibus, lotados de gente, vi olhares que pareciam dizer: Ele deve estar tão devagar assim por causa do número de pessoas na calçada. Mal sabiam que eu justamente acelerava ao passar por eles.

Triste constatação. Não posso cruzar a avenida neste estágio ultra lento de treino. Eu ia tão bem que achei que estivesse na forma física de outrora. Quando cruzei a rua é que percebi que estava tão devagar que poderia ser facilmente atropelado.

Quanto aos 38 min, vale lembrar que fazia o mesmo trecho antes, em 20. Achei que seria pior.

Quase no destino um amigo me viu e, deduzindo onde eu estava indo, ficou me esperando de fronte do meu destino. Ele também é um gordo, mas que treina arte marcial. É o Marcos Lara, o Alecão o conhece (o que estava fantasiado de cauboy no meu aniversário de 30 anos, Alecão). De tanto eu falar, vi nos olhos dele que ficou tentado a participar da empreitada conosco.

Marcos, eu sei que você lerá isso. Participe com a gente. Nós conseguiremos. E você pode e deve fazer parte desse “Nós”

Pense nisso.

Peço para que o Alex reforce o convite.

Corrida rima com… Comida?!

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Hoje começei um curso287-cordel
de direito só teoria
Vi jargões e teoremas
com muita verborragia
Em cordel porém escrevo
sem soltar perfumaria

Fiquei muito empolgado
com a guinada do Alecão
que aceitou de bate-e-pronto
da esposa a sugestão:
-Vá cumprir sua promessa
tome já o seu calção!

Mesmo chegando já tarde
disse chega seu à-toa
hoje você não escapa
Nem me importa a garoa
Já pra rua faz seu treino
que será uma coisa boa

O chuvisco era fininho
mas não ardia nem gelava
fui mansinho rua acima
de levinho é como dava
quando cheguei na Mutinga
uma câimbra me assombrava

Tomo um susto com aquilo
porque dói até na moleira
mas pondero e concluo
que a dor é passageira
quem mandou ainda frio
encarar uma ladeira

Sigo tosco e bem lento
porque é o primeiro mês
pra percorrer só um metro
eu conto de zero a três
vou checando o horário
já passa das vinte e três

Estou feliz e satisfeito
pareço já mais "fininho"
Aqui dentro sinto forte
que fiz tudo direitinho
E o meu corpo agradece
este gesto de carinho.

Demora mas vai…

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Semana frustrante, a passada, viu. Mantive-me inabalavelmente inerte segunda, terça, quarta, quinta e sexta-feira.

Sábado:

Como a maioria dos gordos que assistiu ao Glogo Repórter, também fui comprar farinha de linhaça, mas dourada. Também comprei um quilo de banana desidratada, para lanchinho da tarde, no escritório. E mais promessa de uma educação alimentar.

A tarde fui levar o carro para lavar num lava-rápido estratégico. Na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, trecho que corre paralelo à Rodovia Bandeirantes onde há um cinturão de grama de uns 400 metros. Enquando o carro foi lavado, lavei-me em suor. Para o que não precisa muito, lógivo, mas de todo modo, foi bom.

Foram 25 minutos de, tentarei explicar. Uma corrida da cintura para cima. Onde o movimento de braços é efetuado de forma idêntica ao de uma corrida, e o solavanco gravitacional que a enorme barriga causa é controlado para eu me sinta como se estivesse num trote confortável. Sei que são iguais por causa das minhas experiências anteriores. E a sensação, graças a um enorme poder de abstração, é boa. Tento imaginar-me num treino regenerativo. Aquele tranquilo, descompromissado e reparador do treino forte ou longo do dia anterior. Da cintura para baixo? Bem, não parece com caminhada, nem trote. Não parece com nada, mas é um eforço considerável de simular uma corrida ultra lenta.

Domingo:

Fui com o Henrique no Parque Villa Lobos. Garanto: foi um treino. Como estávamos a sós, deixei-o a vontade, o que me fez fazer vários sprints atrás dele. Interessante que eu observava o parque tal qual o ladrão de banco quando visita-o semanas antes de assaltá-lo. Vi, por exemplo, um quadra de tênis onde poderia correr em volta dela, na grama, sem chamar muita atenção. Sentia-me cometendo o crime de pisá-la e repisá-la. Também pudera, 40 quilos mais pesado do que quando eu corria em 2007, só mesmo muita grama para não causar uma grande lesão.

Outra semana chegou e com ela mudança na rotina por causa dás aulas e dos trabalhos da pós-graduação. Ah… sem esquecer da promessa de mudança da rotina alimentar. Tentarei me surpreender, treinando mais do que semana passada em que não havia novidade alguma.

Primeiro solo

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Sem dúvida, começamos bem nosso desafio. O Alecão está realmente animado, estamos em sintonia. O que me deixa imensamente feliz e com certeza do nosso sucesso. Parabéns Alecão. Parabéns para nós.

Sabadão com um sol lindo de cabo a calda e treinar mesmo, não treinei. Mas hoje rolou. O dia dos pais começou gostoso com o filhão e foi se esvaindo quase sem treino nenhum. De supetão calcei os tênis e fui até uma pracinha com um pequena pista de 500 metros, marcados. Tinha muita criança por lá e a maioria educada porque só um menino me chamou de gordão ao me ver passar muito perto dele.

Quatro voltas. Dois quilometros sem marcar tempo, meia hora, sei lá, não importa.

A semana vem por aí, Alecão. Força para nós. E para que não percamos o costume. Desafio da semana: no mínimo três treinos. Hei de cumpri-lo. Vamos lá, agora é a vez da determinação entrar em cena.

Recomeçar é muito dificil, o psicológico trabalha contra, trazendo sempre a lembrança de desempenhos passados como que querendo dizer: esqueça, você não conseguirá mais aquilo. Este já é o meu segundo recomeço nas corridas. Desisti da maratona duas vezes. Mas o sonho está lá, esperando que eu o alcance. Desta vez conto com um fato novo. O começo do Alecão. Juntos já pedalamos muito nessa vida, mas a corrida ele nunca experimentou de verdade. A idéia é me alimentar da empolgação dele, porque a primeira medalha de 10 km a gente não esquece. Estarei junto na primeira medalha dele, que também será nossa.

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