Citarei abaixo trechos extraídos do site do amigo Fábio Namiut os quais considero a razão por que amo este esporte e quero fazer parte dele pra sempre. O Fábio já foi como nós, sedentário, gordo, estressado e, além disso, fumante.

Mesmo depois de muita melhora física, muitas corridas grandiosas e maratonas, ele, como outros corredores (daí a maravilha deste esporte), impressiona com o relato que consegue fazer de uma corrida aparentemente simples, curta e pobre (sem medalha) um evento pra lá de especial.

Bem… deixo ele falar. Que prazer me dá ler isto:

“O que é, afinal, uma corrida? Uma simples competição esportiva, para onde se vai apenas e tão somente para se alcançar um objetivo, seja ele um resultado, um recorde, um troféu, um prêmio em dinheiro, uma distância até então inédita ou mesmo uma singela medalha de participação? Uma relação formal fornecedor-cliente, onde se paga um determinado valor para receber, ao final, as mercadorias correspondentes ao montante despendido? Uma forma de motivar quem pratica o esporte, colocando à prova suas condições e seu treinamento? Um desafio, onde o adversário pode ser você mesmo, o seu velho parceiro de treinos ou aquele camarada que você nem sabe o nome, mas que vive topando por aí e te olhando com um arzinho de superioridade? Sim, tudo isso. Mas não só isso. Uma corrida é muito mais. É, sobretudo, uma celebração. Da vida, da saúde, do bem-estar. Corre, normalmente, quem está bem, quem não está, fica um tempo no gancho. E depois volta, são coisas da vida. É reunir pessoas que, mesmo das mais diferentes origens, pensam de maneira semelhante à sua, gostam das mesmas coisas que você. E se tornam seus grandes amigos sem nenhum esforço.

Esse foi o espírito com que encarei, desde antes da largada ser dada, esta prova que marca, muito provavelmente, a minha despedida da temporada 2009.

Correndo com meta, mas mais ainda com prazer. Querendo aproveitar aquele final de prova e de temporada para sentir, nem que fosse por alguns instantes, o gosto de correr livre, sem a bola de ferro da obsessão cega por resultados no pé. Talvez tenha até diminuído o ritmo novamente um pouco ali. Foi uma sensação breve, mas gloriosa. A de estar fazendo algo que não nasci sabendo, mas estou aprendendo, cada dia mais. E que amo verdadeiramente.

Pena não ter feito mais medalhas. Distribuí todas as que levei e fiquei feliz com o retorno de quem recebeu. Gente que compreende o valor de coisas como simplicidade, amizade e tradições. Aos amigos a quem presenteei, fiz questão de agradecer pela companhia, não só hoje, mas no decorrer de mais um ano cheio de saúde, alegrias… e corridas! Termino um ano de altos e baixos, como são quase todos os anos, de cabeça erguida para os novos desafios que, se Deus quiser, virão, na corrida e fora dela. Como disse aos Fabios Matheus e Vilhena, que me receberam logo após a chegada; ao Luis Carlos, que me acompanhou na retirada do kit (maçã, duas bananas e água à vontade) e a alguns outros amigos depois, a sensação pós-prova era estranha, uma vontade de continuar correndo.

Finalizando, quero falar da satisfação que foi ser cumprimentado por várias pessoas que vieram conversar comigo, dizendo que são visitantes assíduos do site. Muito bacana saber que os relatos que faço sobre as corridas, além de me darem a satisfação de escrever, também servem para ajudar as pessoas, compartilhando informações e opiniões, auxiliando na divulgação dos eventos, criticando construtivamente, elogiando quem merece, enfim, sendo um espaço onde o corredor tem voz. Não só este que vos escreve, mas todos os que frequentam o Arquivo de Corridas (e o CorridasDeRua.com, que reproduz os textos na seção “A Visão do Corredor”). Obrigado a todos, sejam sempre muito bem-vindos. E continuem me ajudando a fazer este trabalho, que é de formiguinha, mas está, na medida do possível, ajudando, junto com os bons organizadores, a melhorar as nossas corridas de rua.”

Fábio, você pode afirmar que todos que correm são especiais. Mas todos os corredores têm a agradecer sua especial atenção, cuidado e demonstração do quanto isto tudo é importante. O agradecimento é por você conseguir abraçar tanto com apenas dois braços.

Sinta-SE enormemente abraçado, AMIGO FÁBIO.