Nos cobramos demais!
O texto abaixo espelha bem o que sinto as vezes …..
Embora seja direcionado para as mulheres, cabe perfeitamente aos homens, ops, ao público masculino nas devidas proporções ou inversões.
Tá ai, uma reflexão para o final de semana!!!
Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido. Uma só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser,sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco. Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de ’fácil’).
Adora tomar um banho demorado, mas se contém para não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em ’acertar’, tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação…
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão…
Às vezes dá vontade de fazer tudo ’errado’.
Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim:
’Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora’…
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos!) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga:
cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do ’Law and Order’, uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK?
Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . . .
Danuza Leão
Divertido o texto. 🙂
Bem por ai mesmo. Sempre digo que se tem vontade de fazer algo, faça (dentro dos limites morais, claro) e depois corra atrás do prejuízo sem carregar o peso da culpa. Reforçando, sentir culpa é o maior mal.
Adorei o texto, e a vida é assim mesmo.
O mais importante é fazer o que se gosta! Temos muito tempo pela frente para consertarmos os nossos erros.
Ei Ana, no mundo exagerado Baleias estamos sempre tentando aceitar ficar com uma porção só porque estamos sempre optando e/ou querendo uma e meia!!! Estamos sempre transbordando. Gostaria de dizer que tê-la, e sua filha, na Comitiva Esperança Baleias a subir o Rio Paraguay em agosto é felicidade para mais de metro. E vamos ter advs amigos do peito de monte lá!! Mais felicidade ainda. Você está na lista! Dois abraços, para não dizer que estou me contendo!!! Miguel Delgado.
Alecao
o texto foi para desopilar o fígado mesmo, sem a bronca do dia a dia.
Devemos viver o hoje,
Melinha
dentro das medidas……rs….
Miguel
A idéia de correr com vcs foi tentadora, mexeu com minhas lombrigas mesmo, foram alguns dias de queima de massa cefálica. A felicidade não é só sua, estarei estreiando os 10k na cia de vcs. Seremos uma grande família em solo amigo. Hasta luego!!!
A gente vive isso o tempo todo. E fazemos realmente poucas concessões a nós mesmos. Ótimo texto, Ana.
E vamos nos permitir mais!!!!
oi, ana!
lindo o texto!
me fez lembrar aquela música dos Titãs:
“…Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer…”
por isso vamos festejar muuuuito lá em assunção!
e em paranapiacaba também;)
bjs
Claudio
é por ai mesmo e precisamos estar sempre lembrando do texto.
Elis
Bem lembrado, adoro essa e tb outras músicas dos Titãs, muito representativas de momentos que deixamos ir,
2011 será o Ano!!!
bjks