Caixa de areia…
Lugar que sem meias
Nos pés ou palavras
Entremeia afinidades, lugares e antares
Com um à-toa que navegando se afeiçoa
À lida da mão boa que assa a broa
De milho pros filhos e amigos do sítio Dundes
(Claudio)

Caixa de areia
Lugar que sem meias
Nos pés ou meias palavras na língua afiada
Entre meias afinidades, desaforos, gentilezas (sem sutileza)
Lugar da sujeira expelida…sem travas na língua
Sem vergonha, sem pudores…
Sem meias nos pés, sem meias palavras
Despeje os dejetos abjetos, a verdade mentida metida de veras…
Solta o verbo, o sujeito o objeto e o que mais lhe vier…
( Donana)

Caixa de areia…
Assuntaram-na de nenhuma valia
Tornaram-na fossa, defectível e desprezível!
Mijo de sapo, morada de rato, penico de gato.
Estrumaram-na de demo invisível!
Santo Deus Glorioso pregador da concórdia
Não condescende os ímpios que na caixa incitam à discórdia
Para que nela só seja dizível o bem irretorquível!
(Claudio – 25.10.2004)

Caixa de areia
Nela situe a blasfêmia,
Deixe jorrar o veneno, sem freio
Solte os relinchos, emita cacarejos
Deite as futricas, lorotas e maldades
Incite a vaidade e as veleidades
Instigue os desaforos
As gargalhadas insanas e
Ácidas criticas…
(Donana)

Caixa de areia…
Nela não situará as maledicências de Dadá
Nem que eu deixe de lado o meu jeito de rapaz bem educado
Nela eu hei de triunfar, com as armas que no sítio encontrar
O mal olhado, coitado, feito preá capturado, esganiçará no machado
E pra lançar no derradeiro do terreiro todo o dejeto adjeto
Não precisará mais que um único e certeiro coice do carneiro beco
Nem que eu saia dessa esfolado, a paz enfim à caixa terá retornado
(Claudio – 14.12.2004)

Dadá dá o troco na hora
Feito coice de Guariba
Que pelos ares te arriba
Tu, ó chorão infante!
Há de desdizer o que disse
Maledicências não digo
Apenas corro do perigo
Da falsidade insistente
(Donana) 14/12/04

Se é por dizer eu repito
Dadá é cobra serpente!
Que agora diz não ter dito
Ainda posando de valente
Pois saiba sinhá rapariga
Remorso é mezinha antiga
Que não repele nem urtiga
Da falsidade se diz temente
Só pra fugir do ferro quente
(Claudio – 15.12.2004)

Antes cobra serpente
Vestida em pele de mulher valente
Que homem metido a dotô
Engravatado corre pro apelo
Para maldizê e ofendê
Essa que ama vosmecê
Mas num me avexo em dizê
Que ocê em pêlo
É mesmo um carneiro em novelo
(Donana) 15/12/04

Como o diabo foge da cruz
E o garrote da capação
Dadá desvia da luz
A problemática questão
De que na caixa de areia
Não há dizer coisa feia
Sem arrumar confusão
(Claudio – 15.12.2004)

Fujo da cruz feito diabo?
Que nada!
É tu que escorrega feito quiabo
Come pão de fornada
Feito Campolina, me atraiçoa
E ainda me caçoa
Das mentiras que digo inventada
(Donana)15/12/04

Se é verdade o que dizes
Que é mentira inventada
Então honrarás tuas raízes
E voltarás a ser amada.
Se venceres a provação
De comer um caldeirão
De colhão com buchada!
(Claudio – 16.12.2004)

Buchada? Sabes bem que tua mana
Gosta mesmo é de uma tachada
De feijão de corda e uma farofa da semana
Carne, seja ela de bucho ou de lombo, verde, seca ou rachada
Essa que se diz sua irmã num se engana
Manda longe e ainda dá risada
Da tua cara de banana.
(Donana)12/02/05

Tua mentira é febre
Que não é inventada
Mas a virtude perene
Que na caixa é plantada
De tua sandice escapará
E majestosa tripudiará
Sobre tua alma prostrada!
(Claudio – 31.03.2005)

Se minha alma se prosta
É porque a vergonha me encosta
Na cara a tua mentira escrita
Que me deixa tão triste e aflita
Quando tu defende com tanta fita
Uma xexelenta caixa de bosta
(Donana)27/07/06